quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Mais uma para a minha lista negra: a Iberdrola (e, de boleia, a Gestifatura)


Espera-se, normalmente, que ao fornecimento regular de um serviço (água ou electricidade, por exemplo) corresponda a apresentação regular da respectiva conta e da respectiva factura. Não foi o que, depois de dois ou três anos de contrato, aconteceu com a empresa de comercialização de electricidade Iberdrola.
Esta, como outras, limita-se a "cavalgar" o monopólio da EDP e a vender, com algumas vantagens iniciais, a electricidade aos seus clientes. Talvez não seja de admirar, por isso, que preste um serviço tão distanciadamente mau, como a seguir se conta.
Entre Dezembro do ano passado e Março deste ano, a Iberdrola não me enviou facturas. E, de repente, chegaram com intervalos de poucos dias, quatro facturas num valor de quase 600 euros.
Um contacto telefónico para a empresa deu origem a uma resposta muito rápida: propunham um "plano de pagamentos" que diluía por mais algum tempo o pagamento desse valor (o que também sugeria que este caso não era único). O "plano de pagamentos" exigia o aval escrito, e assinado, do cliente, o que demoraria ainda alguns dias. No entanto, o "plano", datado de 22 de Março, exigia já um primeiro pagamento... em 24 de Março.
Contactada de novo a Iberdrola, foi-me sugerido que anulasse o débito directo e ficou acordado que haveria um novo "plano de pagamentos".
Se, aqui, as coisas já estavam a correr mal, correram depois ainda pior. Em 6 de Abril a Iberdrola contornou o primeiro débito directo anulado e criou outro, para cobrar a primeira prestação... do "plano" entretanto rejeitado.
Quando o descobri, anulei o segundo débito directo (e a Iberdrola está agora como "credor bloqueado", impossibilitada de criar qualquer outro débito directo) e informei a empresa de que os pagamentos seriam só efectuados por multibanco.
E o certo é que, pouco tempo depois, lá foram aparecendo as facturas para pagamento por multibanco. À excepção de um valor, de explicação duvidosa, que chegou a materializar-se numa "factura sem leitura" e que, por motivos contabilísticos, foi rejeitada e solicitada a respectiva fundamentação. Que, estranhamente, nunca mais chegou.
Ao mesmo tempo (e já depois das queixas apresentadas à DECO e à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), a Iberdrola conseguiu, em cartas diferentes, pedir desculpa pelo erro (o "plano de pagamentos") cometido, propor outro "plano de pagamentos" (cuja proposta chegou já depois de paga uma factura que era abrangida por este segundo "plano de pagamentos"...) e afirmar que não havia registo nenhum de ter havido algum problema.
Entretanto, na passada segunda-feira, dia 22, foi recebido um SMS assinado, mas sem qualquer outra identificação, por uma empresa chamada Gestifatura, que exigia o pagamento de uma alegada "dívida" à Iberdrola, num montante que não corresponde a nenhuma dívida a essa empresa (e acordo com as contas pagas por multibanco desde o bloqueamento dos débitos diretos).
Contactada de imediato a Gestifatura, balbuciou-me quem atendeu que não sabia ao que correspondia a alegada "dívida" mas que ia perguntar ao cliente dela, ou seja, à Iberdrola. Que, pelo que se vê, desistiu de dialogar com o cliente que tem pago as facturas enviadas para pagamento por multibanco e que pagará as que lhe forem apresentadas de forma contabilística correcta.
Pedi, naturalmente, à minha embaraçada interlocutora da Gestifatura o comprovativo do teor do SMS por correio de superfície "para os devidos efeitos" mas... pois, não chegou.


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Se a Iberdrola agiu mal, com uma postura estupidamente arrogante, age também mal a Gestifatura.
Não é caso único, aliás, porque (depois de outra situação em que outra empresa teve de meter a viola no saco) estas empresas de "cobranças difíceis" parecem limitar-se a recolher informação de valores das empresas a que prestam serviços, numa lógica muito clara de intimidação: não interessa a origem das eventuais dívidas (nem mesmo se têm razão de ser), o que interessa é assustar os eventuais devedores.
É possível que a maior parte das pessoas ceda ao medo perante estes novos "cobradores do fraque" e nem sequer saiba fazer valer os seus direitos. Mas neste caso vieram bater à porta errada.




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