terça-feira, 21 de março de 2017

Ler jornais já não é saber mais (11): o neojornalismo lisboeta

Uma das coisas mais deprimentes do neojornalismo é a sua circunscrição a Lisboa e, menos, ao Porto.
A realidade, fora destas cidades, não a conhecem. Não podem (não há dinheiro nos jornais), não querem, não estão para isso.
E o resultado é isto, um título foleirinho como "No Algarve, quem não tem carro não vai a (quase) lado nenhum", onde o neojornalismo do "Público" se derramou com o triunfalismo de quem descobriu outro planeta.
Porque o País é, todo ele, assim: os transportes públicos dignos desse nome existem nas cidades de Lisboa e do Porto. No resto do País haverá capitais de concelhos com redes minimalistas de transportes públicos regulares.
Fora das capitais dos concelhos (onde carreiras de hora a hora, na melhor das hipóteses, pouco resolvem) é, na prática, um "salve-se quem puder", sobretudo quando é necessário ir das povoações do interior à capital do concelho... para tratar daquilo que só nessas cidades é que se pode tratar.

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