domingo, 22 de outubro de 2017

O desprezo


Souberam andar a pedir votos mas depois votam-nos ao desprezo


Foi há precisamente uma semana que um incêndio numa frente de mais de quatro quilómetros queimou 327 hectares na costa atlântico do concelho de Caldas da Rainha (como aqui dei testemunho). 
Acompanhando a Estrada Atlântica, de onde se via o azul do mar e o verde da vegetação e onde agora quase tudo é negro na terra, as chamas atravessaram a estrada e ameaçaram, de perto e de longe, várias habitações.
Só o vento, de Sul para Norte, terá impedido a destruição de casas e talvez de vidas humanas. Para muita gente, nesta zona (a Serra do Bouro), o que aconteceu meteu medo.
Parece que o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha esteve no local (como estiveram muitas centenas de mirones). Não sei se o presidente da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro (JFUFSOSB, abreviemos) também lá esteve.
O que sei é que, depois dessa noite, nem o presidente da câmara nem o recém-eleito presidente da JFUFSOSB saíram da capital do concelho para virem falar com a população.
Considerando só as casas da "linha da frente" (incluindo aquelas que só não foram atingidas porque o vento não quis), não precisariam de mais do que um dia para trazerem essa atenção às pessoas que aqui moram, e a quem pedem o voto para depois, nas piores circunstâncias, ignorarem e votarem ao desprezo aqueles a quem prometeram tudo e mais alguma coisa.


O incêndio na Serra do Bouro visto da cidade de Caldas da Rainha:
localmente, foi um susto, mas para os outros foi um espectáculo




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